Na história da medicina, os métodos de imagem estão entrelaçados às patologias torácicas desde o seu surgimento. Ainda no início rudimentar de sua aplicação médica, no século passado, o tórax foi o primeiro grande objeto de estudo dos aparelhos de raio-X. Essa tecnologia produz imagens das mais diversas condições torácicas, tendo seu desenvolvimento incentivado pela alta prevalência de patologias inflamatórias e infecciosas relacionadas aos pulmões.
Com o desenvolvimento da então nova tecnologia imagiológica baseada na emissão de raios-X para formação de imagens, houve, posteriormente, o surgimento dos aparelhos de tomografia computadorizada.
No contexto de neoplasias torácicas, os métodos de imagem, notadamente a tomografia computadorizada, apresentam papel fundamental e imprescindível, seja no seu rastreamento, diagnóstico, avaliação de extensão (estadiamento) e mesmo resposta terapêutica, assim como para o seguimento oncológico dos pacientes após o término do tratamento.
Outras técnicas são ainda de grande valia no estudo das neoplasias torácicas. A ressonância magnética tem um importante papel no estadiamento do sistema nervoso central, que pode ser acometido por metástases dessas neoplasias. Em casos específicos, ela pode ser útil no estabelecimento de diagnósticos diferenciais, além de nos auxiliar na definição de ressecabilidade de determinadas lesões.
Na medicina nuclear, ao menos dois exames relativamente comuns na prática diária são de extrema importância na avaliação da extensão da doença oncológica: a cintilografia óssea e o PET-CT (tomografia por emissão de pósitrons). A cintilografia utiliza uma pequena quantidade de material radioativo (radiofármaco), injetado no paciente de maneira a descartar uma possível disseminação de células neoplásicas para os ossos. Já o PET-CT avalia além dos ossos demais órgãos como o próprio pulmão, fígado e linfonodos, com maiores chances de detectar lesões neoplásicas não identificadas por exames convencionais. Para o PET-CT diferentes marcadores (contrastes) podem ser utilizados como o FDG e Galium 68.
Dra. Flávia Amaral Duarte resume o caminho pelo qual se passa da compreensão ao tratamento
O entendimento do papel de cada uma dessas modalidades e, principalmente, sua associação permite melhor caracterizar a doença. É a partir dessa compreensão, reforça, que torna-se possível traçar o plano terapêutico mais apropriado.