O câncer de pulmão é o segundo câncer mais incidente em todo mundo. O principal fator de risco para a doença é o tabagismo. Estudos mostram que o tabagismo é responsável por cerca de 65% das mortes por essa neoplasia. É, ainda, fator de risco para o desenvolvimento de outros cânceres como câncer de cabeça e pescoço (exemplo: boca, língua, garganta), bexiga, esôfago e pâncreas.
O aumento do risco de desenvolvimento de outras doenças também está relacionado ao consumo do tabaco, como por exemplo: infarto agudo do miocárdio (IAM), acidente vascular encefálico (AVC), doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). Dessa forma, os fumantes apresentam risco de morte três vezes maior do que não fumantes e o tabagismo persiste como a maior causa de morte evitável no mundo, sendo importante descartar que todas as formas de tabaco são prejudiciais e não há níveis de segurança para sua exposição.
Felizmente, a cessação desse hábito é capaz de reverter tal cenário. Após 2 a 12 semanas da interrupção do tabagismo há melhora da circulação sanguínea e da função pulmonar, com 1 a 9 meses há redução da tosse e da falta de ar. Já com 1 ano o risco de IAM e AVC cai pela metade e com 10 anos o risco de câncer de pulmão é 50% menor.
Dra. Flávia Duarte Amaral, ainda, alerta para a existência de outros fatores de risco envolvidos no desenvolvimento do câncer de pulmão, tais como história familiar e exposição ao radônio. Entretanto, na luz dos conhecimentos atuais ainda não é possível oferecer qualquer programa de rastreamento desse cenário. A boa notícia é que o tema vem sendo bastante investigado, sendo assunto frequente em congressos.